sábado, 22 de fevereiro de 2014

Texto inspirado no filme "The breakfast club"

“Um comportamento, uma personalidade, atitudes são sempre muito facilmente julgáveis. Julgar mal consiste na não correspondência que alguém tem ao se deparar com um ato terceiro. Não estou falando aqui de qualquer julgamento, me refiro à identificação. Identifico-me com aquele que ama a sua esposa, com aquele que procura alcançar um estado de paz em vida, com o poeta, com o astrônomo, me identifico também com aqueles grupos que direcionam as atenções para o que realmente precisa ser notado, com os estudiosos, com os fanáticos, com os seguidores de Clarisse que estão sempre pensando para dentro de si, buscando respostas para as perguntas que surgem quando as vossas cabeças se põem sobre o travesseiro. Julgo, agora, os delinquentes, os super vaidosos, os que põem suas vontades acima do direito alheio, os ignorantes que querem continuar ignorantes, aqueles que estão sempre mudando de comportamento, hora idílico, hora pachorrento, julgo os políticos corruptos, julgo até mesmo meu país e meus familiares e quando eu digo “julgar” é no sentido de reprovar, apontar o dedo e dizer “você não vai chegar a lugar algum agindo assim” ou “esse homem cresceu errado”. Julgar é uma barreira, é um medo, é muito fácil julgar, muito mesmo. Certo dia alguns jovens completamente diferentes passaram o dia juntos contra as suas vontades, cada jovem agia ou tinha alguma atitude que enojava o outro e assim a tal barreira se erguia. Com o passar do dia eles inevitavelmente, entre brigas e muros, tiveram alguns diálogos, foi o suficiente para aprenderem ali uma lição importante, descobriram como era a vida de cada um ali presente, cada dificuldade, cada fator que contribuía para estarem ali. Alguns se abriram falando como era o relacionamento com os pais, como a sua família foi destruída, como era a cobrança em cima deles, como cresceram e quando deram conta de tudo, estavam entre amigos fazendo uma seção de terapia. Foi incrível, cada um conseguia entender as angústias, os medos e as atitudes do outro e assim a barreira que os separava do “novo” foi desfeita junto com o julgamento que tinham anteriormente. No final do dia eles se despediram sabendo que o outro o conhecia de uma maneira diferente, sem maquiagens, sem julgamentos, eles apenas se identificavam e sabiam que ninguém mais os conhecia daquela maneira e nunca mais se viram. Um homem é diferente do outro e por isso quer se sentir assim, construindo opiniões e segregando ideias, não é um comportamento egoísta por egoísmo, é um comportamento egoísta por natureza, por evolucionismo. Porém quando rompemos com muito esforço essa vigência, percebemos algo encantador, somos frutos dos nossos próprios julgamentos, quando construímos um conceito reprovador em cima de outra pessoa, nos afastamos cada vez mais dela, cada vez mais distanciando a chance de um dia sermos iguais. Além do julgamento entenderá o pequeno mundo ao seu redor e isso fará com que entenda a ti mesmo.” - Anton Douglas Follett

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